A perda ou disfunção do olfato consiste em um dos sintomas mais comuns de pacientes infectados com a Covid-19, mas também há outras causas associadas a perda do olfato, conhecida como anosmia e atrelada a perda do paladar. Assim como outros distúrbios do olfato, como a parosmia( cheiro distorcido).
Mas para recuperar o olfato é possível realizar um treinamento olfativo. Conhecida também como : fisioterapia de cheiros, treinamento olfatório ou também como já mencionada de treinamento olfativo, consiste em uma das alternativas para o tratamento de uma das principais sequelas deixadas pela contaminação da Covid-19, sem contra indicações.
A recomendação é que o treinamento seja realizado por no mínimo quatro meses e duas vezes ao dia . Neste período, especialistas denotam melhores estratégias para a estimulação dos nervos olfatórios.
Como saber se devo realizar o treinamento olfativo?
Existe um teste de olfato de Connecticut é realizado por médicos especialistas (geralmente otorrinolaringologistas) em seu próprio consultório, com esta avaliação é possível mensurar a qualidade e quantidade do seu olfato. Assim otimiza a indicação de tratamento e acompanhamento para a lesão do seu nervo olfatório.
Pergunte ao seu médico!
O que é o treinamento olfativo? Entenda aqui
O treinamento olfativo consiste em um conjunto de técnicas que tem como objetivo a estimulação dos nervos olfatórios que tem como responsabilidade a percepção dos cheiros. Quando o indivíduo apresenta perda de olfato, há comprometimento no funcionamento desses nervos.
O processo de treinamento olfativo, tem como base anos de estudo, aprendizado, e pesquisa sobre o funcionamento do sistema olfatório e o sistema nervoso que está relacionado à percepção dos cheiros.
Para pacientes que perderam o olfato decorrente da contaminação por Covid-19 o treinamento olfativo consiste em uma estratégia interessante e eficaz para a recuperação da percepção e identificação dos cheiros.
A realização do treinamento é simples, e isso permite que o mesmo seja realizado de maneira facilitada pelo indivíduo que necessita. O treinamento consiste em inalar diferentes aromas (cravo, eucalipto, rosa e limão) , se concentrando e trazendo lembranças de momentos associados ao aroma inspirado.
Estudos recentes relatam mais eficácia no treinamento modificado; que é a associação ao treinamento clássico (cravo, eucalipto, rosa e limão) ao treinamento essence (laranja, lavanda, menta e canela).
Principalmente para quem perdeu o olfato há bastante tempo.
Posso realizar o treinamento com itens de casa?
Pode, mas não é o que recomendo aos meus pacientes, por alguns motivos. Um deles é porque preparar os itens de acordo com os estudos, se preocupando com o armazenamento para a preservação do aroma, não é algo simples de se manter diariamente e tampouco por quatro meses (período mínimo indicado de treinamento), assim tendo um volume maior de desistência do treinamento, antes de atingir o objetivo. Porque a melhora é gradual e individual.
O kit de todas as essências pronto, estimula pela praticidade do dia a dia e costuma ter um preço acessível. E tem duração para o período completo do treinamento.
É preciso: paciência e persistência.
Tipos de essência do treinamento olfativo
Para realizar o treinamento olfativo você precisará de um kit com as essências para treinar os nervos olfatórios.
A sugestão é utilizar os quatro principais aromas que são cravo, eucalipto, rosa e limão. Ou ainda melhor associar laranja, lavanda, menta e canela. Tornando o treinamento mais “potente”.
Funciona?
Uma a cada cinco pessoas apresentaram perda de olfato persistente após a recuperação total do quadro de Covid-19 por mais de duas semanas. Sendo assim a indicação do treinamento olfativo tem sido uma das estratégias mais utilizadas, mas você pode me perguntar será que realmente funciona?
Mesmo que inicialmente não sinta o cheiro das essências apresentadas, não desista do treinamento, continue a realizá-lo todos os dias. Um nervo olfatório danificado tem grandes chances de se recuperar e nesse sentido com treinamento olfativo isso se torna muito mais possível.
A partir do treinamento olfativo, a recuperação do nervo danificado pode ocorrer muito mais rapidamente. De acordo com ensaios clínicos realizados com pacientes que foram submetidos ao treinamento, estes se saíram melhor na identificação e na discriminação dos cheiros em detrimento dos pacientes que não realizaram o treinamento.
Especialmente para pacientes que perderam o olfato pela contaminação por Covid-19, o treinamento pode reduzir o tempo de recuperação, levando a restauração da percepção dos odores mais rápido.
Quais os principais tipos de perda de olfato?
Segundo estudos, perder parte ou totalmente o olfato pode afetar significativamente a vida do indivíduo e desencadear problemas tais como a depressão. Além disso, pode levar também ao isolamento social e tem diferentes causas e tipos.
Vamos entender a nomenclatura?
Anosmia: Consiste na perda total do olfato e pode ter classificação de ordem congênita ou adquirida. Nesse caso depende exclusivamente de você ter percepção olfativa ao nascer ou não.
Hiposmia: Se caracteriza pela redução da capacidade de perceber e identificar os cheiros e aromas. Dentre as causas que podem desencadeá-la, temos quadros de rinite, sinusite, pólipos nasais e desvios de septo.
Parosmia: Está relacionada diretamente a disfunção na percepção olfativa. Nesse caso o cérebro do indivíduo tem dificuldades para identificar corretamente os aromas que percebe.
A parosmia não é um fenômeno novo, mas se tornou mais frequente com a pandemia e a contaminação por Covid-19.
Fantosmia: É uma condição pouco conhecida na qual o indivíduo percebe odores sem que tenha estímulos para isso. Consiste em uma condição que remete a parosmia, na qual se percebe um cheiro que não está de fato apresentado ao indivíduo. A fantosmia pode ocorrer devido a lesões cerebrais e igualmente decorrentes especialmente de lesões no lobo frontal.
Outros distúrbios neurológicos também podem desencadeá-la. Por isso é necessário procurar um médico para avaliação.
Dra. Gabriela Zandonadi | CRM:156107-SP | RQE Nº61077